O câncer ocular na infância é uma condição rara, mas de extrema gravidade. Entre os tipos existentes, o retinoblastoma é o mais comum e, ao mesmo tempo, um dos que mais exigem atenção imediata para garantir não apenas a preservação da visão, mas também a vida da criança.
O que é o retinoblastoma?
O retinoblastoma é um tumor maligno que se desenvolve na retina — a estrutura responsável por captar as imagens que vemos. Ele costuma surgir antes dos 5 anos de idade e pode afetar um ou ambos os olhos. A doença está relacionada a mutações genéticas que fazem com que as células da retina se multipliquem de forma descontrolada.
Por que o diagnóstico precoce é vital?
O grande desafio do retinoblastoma é que seus sinais iniciais muitas vezes passam despercebidos. Quando identificado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%, além de oferecer maiores possibilidades de preservar a visão. Porém, quando o diagnóstico é tardio, o tumor pode se espalhar para outras regiões do corpo, colocando em risco a vida da criança.
Principais sinais de alerta
Pais e responsáveis devem estar atentos a alguns sintomas que podem indicar a presença do retinoblastoma:
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Leucocoria: o famoso “reflexo branco” no olho da criança, visível em fotos com flash.
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Estrabismo: quando os olhos não se alinham corretamente.
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Vermelhidão persistente nos olhos.
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Inchaço ou dor ocular inexplicável.
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Perda de visão em fases mais avançadas.
O papel dos exames oftalmológicos
O exame oftalmológico realizado ainda nos primeiros meses de vida é a forma mais eficaz de detectar alterações na retina. É fundamental que toda criança passe por consultas regulares com o oftalmologista, principalmente se houver histórico da doença na família.
Tratamentos disponíveis
O tratamento do retinoblastoma depende do estágio da doença e pode envolver:
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Quimioterapia sistêmica ou local, para reduzir o tumor.
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Terapias a laser e crioterapia, que ajudam a destruir pequenas lesões.
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Cirurgia, incluindo a remoção do globo ocular em casos avançados, quando não é possível salvar a visão.
A escolha da estratégia terapêutica deve sempre ser individualizada, levando em conta o tamanho do tumor, a idade da criança e o risco de metástase.
Conscientização e responsabilidade coletiva
A luta contra o retinoblastoma vai além do diagnóstico e do tratamento. É preciso ampliar campanhas de conscientização, capacitar profissionais de saúde da atenção básica e orientar pais sobre a importância de buscar atendimento diante de qualquer sinal de alerta.
O retinoblastoma é um lembrete de que a atenção à saúde ocular infantil não pode ser negligenciada. Detectar cedo pode significar a diferença entre preservar a visão, salvar um olho ou até salvar uma vida. Estar informado e agir rapidamente é o primeiro passo para garantir um futuro mais saudável para nossas crianças.